Era de noite. Eram milhares de cores, e formas, e objetos por todos os lados. Mas o que mais me chamava atenção eram aqueles olhos pequenos e profundos. Eu poderia morar naqueles olhos e naquele abraço quente. Deitados no chão do quintal, com um embolado de sentimentos, eu não conseguia formular frases certas, eu não conseguia focar, ele havia me tirado do eixo. Estávamos fora da realidade, como se o mundo se resumisse aquele momento. Nada mais naquela hora nos importava, não sairíamos de la por nada. Eu estava em guerra com meu coração, silenciosamente o mandava parar de bater daquele jeito. Não, eu não poderia me apaixonar agora. Eu gostaria de poder mas não poderia. Não poderia pois eu não era a única dona daqueles olhos.... E a noite virou dia. O tempo passava e eu ia me perdendo mais e mais. Quando me levantei para ir embora, toda aquelas cores, formas e desenhos estavam embaçados, nada mais fazia sentido, e eu senti vertigem. Queria correr para nunca mais voltar a vê-lo. Queria empurra-lo com toda a força por ter me feito sentir o que eu senti sem poder retribuir. Eu poderia fazer tudo.....
Simplesmente fui embora.
Simplesmente fui embora.
4 comentários:
a angustia que o tempo traz quando faz momentos que deveriam ser eternos passarem. belo texto.
Muitas vezes é melhor ir embora e partir para outra...
Abraços
também fiz isso. e agora só me restam 'se's. não sei se foi o melhor, viu? a racionalidade diz que sim. veremos.
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